Relatório do Estado do Ambiente dos Açores

Riscos Ambientais
Movimentos de Vertente
  1. No âmbito do PRAC e por forma a dar cumprimento ao artigo 6.º do seu regulamento foi publicado no Portal do Ordenamento do Território dos Açores a cartografia de suscetibilidade à ocorrência de movimentos de vertente. 

    A cartografia de suscetibilidade à ocorrência de movimentos de vertentes foi elaborada pelo Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), no âmbito do estudo “Avaliação de perigos geológicos e delimitação de áreas vulneráveis a considerar em termos de riscos no ordenamento do território da RAA” concluído em 2011. 

    Esta cartografia foi desenvolvida à escala 1:25 000 para cada uma das ilhas do arquipélago dos Açores, e a sua metodologia também está disponível no Portal do Ordenamento do Território dos Açores. Assim, e com base na metodologia desenvolvida importa referir que a mesma foi dividida em 3 classes, suscetibilidade reduzida, suscetibilidade moderada e suscetibilidade elevada. Nesta sequência, salienta-se que o concelho da Povoação é que contempla a maior percentagem de suscetibilidade elevada a movimentos de vertente com quase 50% da sua área, e que o concelho com menor percentagem é Santa Cruz da Graciosa.






  2. Movimentos de Vertente (suscetibilidade elevada)
    Concelho Área Suscetibilidade elevada à ocorrência de movimentos de vertente face ao total da área do concelho
    Fonte: DRA (Direção Regional do Ambiente)
    Vila do Porto 1 552,20 ha 16,02%
     Ponta Delgada 3 085,81 ha 13,24%
     Ribeira Grande 3 463,17 ha 19,22%
     Lagoa 812,57 ha 17,82%
     Vila Franca do Campo 1 918,58 ha  23,85% 
     Povoação 5 215,22 ha  49,01% 
     Nordeste 4 823,44 ha  47,54% 
     Angra do Heroísmo 3 677,09 ha  15,39% 
     Praia da Vitória 2 289,74 ha 14,20%
     Santa Cruz da Graciosa 680,88 ha 11,22%
     Velas 1 862,60 ha 15,87%
     Calheta 3 728,55 ha 29,53%
     Madalena 1 983,96 ha 13,49%
     São Roque do Pico 2 016,47 ha 14,16%
     Lajes do Pico 1 775,31 ha 11,43%
     Faial 1 983,07 ha 11,46%
     Lajes das Flores 1 700,11 ha 24,27%
     Santa Cruz das Flores 1 993,25 ha 28,11%
     Corvo 579,07 ha 33,84%
  3. Além disso, realça-se que a DRA, com vista à mitigação do risco de movimentos de vertentes e cheias, efetua, através do CIVISA, o acompanhamento da Rede Hidrometereológica automática, sendo este efetuado pelo CIVISA. No âmbito dos movimentos de vertente, importa referir que as redes de monitorização meteorológica do CIVISA e da DRA, entre 2013-2019, apenas abrangiam as ilhas de Santa Maria, São Miguel e Pico, e que na ilha do Pico apenas existe uma estação meteorológica, localizada no concelho da Madalena. 

    Os sistemas de avisos são baseados em algoritmos matemáticos que são reparametrizados anualmente e têm por base os padrões de precipitação antecedentes aos eventos de instabilidade geomorfológica registados no ano anterior. Salienta-se que, desde 2014, são emitidos dois tipos de avisos prioritários, os alertas e os alarmes, pelo que importa referir que nos dados referentes a 2013 não existe essa separação, realçando-se que o valor apresentado corresponde ao total de todos os avisos emitidos. 

    Para o período temporal 2014-2019, o maior número de alertas registado ocorreu no ano de 2017, com maior incidência nos concelhos da Povoação (15 alertas), Ribeira Grande (12 alertas) e Nordeste e Ponta Delgada (ambos com 7 alertas). No total dos anos (2013-2019), foram emitidos 364 alertas.

  4. Relativamente à distribuição dos alarmes emitidos pelo CIVISA para movimentos de vertente, salienta-se que de 2014 a 2019 foram registados 167 avisos. À semelhança do analisado nos alertas, 2017 foi o ano em que se emitiu um maior número de alarmes, com um total de 39, os concelhos com maior incidência foram: Povoação e Ribeira Grande (ambos com 9 alarmes) e Ponta Delgada (6 alarmes).

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Última atualização a 25-06-2020