Geoconservação
O trabalho desenvolvido na Região, nomeadamente a nível da inventariação, proteção e valorização do património geológico e que constitui a base do Geoparque Açores, que integra um número significativo de sítios de interesse geológico, reflete um incremento das preocupações na sua salvaguarda.
Os geossítios são fundamentais para a estratégia de geoconservação do Geoparque Açores. A passagem do Geoparque Açores a território UNESCO, juntamente com os sítios de Património Mundial e as Reservas da Biosfera, reforça o seu valor e papel na implementação de estratégias de conservação e valorização do Património Geológico dos Açores.
Áreas classificadas
A implementação de um modelo de classificação de Áreas Protegidas baseado nos critérios da IUCN e de um sistema de gestão inovador alicerçado numa unidade de gestão base da Rede de Áreas Protegidas dos Açores – o Parque Natural de Ilha (PNI), constitui a concretização de uma estratégia relevante para a conservação do património natural dos Açores.
Os 9 Parques Naturais de Ilha já criados promovem também as ações necessárias para a gestão da biodiversidade e salvaguarda do património natural fora das áreas classificadas.
A proporção de território da Região classificado (Rede de Áreas Protegidas e Rede Natura 2000) cifra-se em cerca de 24%, o que constitui um valor bastante significativo no panorama regional. A classificação da Reserva da Biosfera das Fajãs de São Jorge estabeleceu mais um marco importante na valorização do património natural e cultural dos Açores.
Conservação de espécies e habitats
O estabelecimento do regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade constituiu uma ferramenta relevante para assegurar a conservação ou o restabelecimento dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagem.
A continuação da implementação de projetos de conservação e de recuperação de habitats e de espécies terrestres na Região, evidencia o esforço nesta área. Destaca-se o projeto de proteção ativa da população de priolo e recuperação do seu habitat, desenvolvido no âmbito do Programa LIFE. Ainda a nível Regional destacam-se as ações de proteção do cagarro (através da Campanha SOS Cagarro) e de conservação de colónias de aves marinhas. O reconhecimento e descrição de novos taxa endémicos é um passo essencial para a melhor conservação dessas espécies e dos seus habitats.
Apesar dos esforços e ações desenvolvidas, as invasões biológicas não foram travadas e verificam-se ainda sérias pressões e ameaças à manutenção do habitat de diversas espécies prioritárias.
Espécies exóticas invasoras
Embora se tenha continuado a realizar ações de erradicação e de controlo de algumas espécies exóticas invasoras e se tenha verificado algum sucesso em áreas intervencionadas, constata-se que é uma tarefa difícil e onerosa conseguir inverter a expansão das áreas ocupadas por essas espécies.
A regulamentação da importação, detenção e introdução de espécies exóticas na Região, preconizada no diploma que estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade, constitui uma ferramenta importante nesta área, sobretudo no que diz respeito ao controlo da entrada e da disseminação de espécies reconhecidas como uma ameaça, correspondendo assim aos princípios estratégicos internacionais.
Espécies e Áreas Protegidas Marinhas
A riqueza geológica e ecológica, a importância geográfica e ambiental e o potencial socioeconómico do oceano têm vindo a justificar a criação de áreas marinhas protegidas localizadas não só o mar dos Açores como também na plataforma continental para além das 200 milhas. Em 2016, o Parque Marinho dos Açores integra quatro áreas marinhas situadas já para além do limite da ZEE, passando a ter uma superfície 100 vezes maior do que a superfície terrestre ocupada pelas 9 ilhas dos Açores.
As áreas marinhas também têm como objetivo promover a proteção de espécies marinhas nomeadamente para aquelas que, de alguma forma, se encontram ameaçadas.