O indicador consumo de água está fortemente relacionado com a pressão sobre os recursos hídricos regionais. Preconiza-se, fundamentalmente, uma otimização deste recurso, privilegiando-se a gestão na procura relativamente à oferta no sentido de promover a redução de consumos evitáveis, desenvolvimento e aplicação de tecnologias que permitam reduzir os consumos de água dos processos produtivos das atividades que exigem maiores consumos.
Entre 2007 e 2014 constata-se um ligeiro decréscimo no consumo de água, com uma diminuição do consumo mais acentuada no ano de 2012, sendo as ilhas de São Miguel e Terceira, as mais populosas, as que contribuem para a diminuição do consumo de água. Este facto indiciava uma maior racionalização da utilização da água em consequência da conjuntura económica. Contudo, a partir de 2015 denota-se um aumento no consumo de água na Região, sendo a ilha de São Miguel a que mais contribui para a subida de consumo. Já em 2019 regista-se uma diminuição no consumo em relação aos últimos 3 anos, tendo contribuido significativamente para esta diminuição o consumo de água da ilha Terceira.
De acordo com a Diretiva-Quadro da Água, a definição do preço da água deve considerar não apenas o princípio de recuperação dos custos dos serviços de utilização da água, mas também as diversas externalidades associadas à utilização do recurso (custos ambientais e de escassez), uma vez que a sua internalização total ou parcial nas taxas e tarifas (preço-sombra do recurso água) conduzem a uma maior racionalidade na utilização dos recursos hídricos (INAG, 2001).
Entre 2017 e 2019, os municípios açorianos com maiores volumes de água faturados foram Ponta Delgada, seguindo-se Angra do Heroísmo, Ribeira Grande, Horta e Praia da Vitória, todos com valores de volumes faturados superiores a 1 milhão de m3 que, no seu conjunto, representaram no triénio cerca de 75% dos volumes totais faturados na RAA.
Relativamente ao volume de água faturado por sector de atividade, verifica-se que entre 2010 e 2019 predomina a faturação para o sector particular (63%), seguindo-se os volumes faturados para o uso empresarial (29%) e o uso público (8%). Nos últimos anos, tem-se registado um aumento nos volumes de água faturados ao setor empresarial. Confirmando a tendência do consumo de água, em 2012 registou-se uma diminuição do volume faturado em relação ao ano de 2011. A partir de 2012 tem-se verificado aumentos dos volumes faturados em todos os setores de atividade, registando-se uma diminuição nos volumes faturados aos 3 setores de atividade em 2019.