No âmbito do PRAC e por forma a dar cumprimento ao artigo 6.º do seu regulamento foi publicado no Portal do Ordenamento do Território dos Açores a cartografia das zonas ameaçadas pelo mar, bem como a sua metodologia.
A cartografia das zonas ameaçadas pelo mar foi elaborada para a DRAAC pela Fundação Gaspar Frutuoso através do estudo “Reserva Ecológica Regional – Caracterização dos Perigos em termos dos Recursos Naturais e delimitação das respetivas Áreas Vulneráveis a considerar no Ordenamento do Território da Região Autónoma dos Açores”, concluído em 2011, cujo objetivo consistiu na identificação, delimitação e caracterização das áreas com especial interesse para a salvaguarda dos sistemas naturais e dos processos biofísicos associados a temáticas como proteção do litoral, sustentabilidade do ciclo da água e do solo.
Assim, relativamente às zonas ameaçadas pelo mar, observa-se que Santa Cruz da Graciosa é o concelho com maior área sujeita a este risco natural (4,9%), seguindo-se Praia da Vitória (2,9%) e Madalena (2,6%). Por outro lado, Vila do Porto e Nordeste são os municípios com menor área ameaçada pelo mar, com apenas cerca de 0,3% da sua área total.
Concelho | Área | Zonas ameaçadas pelo mar face ao total da área do concelho | ||||
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Fonte: DROTRH (Direção Regional do Ordenamento do Território e dos Recursos Hídricos)
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Vila do Porto | 105,90 ha | 0,31% | ||||
Ponta Delgada | 310,23 ha | 1,33% | ||||
Ribeira Grande | 113,24 ha | 0,63% | ||||
Lagoa | 106,87 ha | 2,34% | ||||
Vila Franca do Campo | 41,72 ha | 0,52% | ||||
Povoação | 92,67 ha | 0,87% | ||||
Nordeste | 26,74 ha | 0,26% | ||||
Angra do Heroísmo | 194,39 ha | 0,81% | ||||
Praia da Vitória | 464,20 ha | 2,88% | ||||
Santa Cruz da Graciosa | 299,03 ha | 4,93% | ||||
Velas | 189,56 ha | 1,61% | ||||
Calheta | 213,35 ha | 1,69% | ||||
Madalena | 382,65 ha | 2,60% | ||||
São Roque do Pico | 267,94 ha | 1,88% | ||||
Lajes do Pico | 238,67 ha | 1,54% | ||||
Faial | 248,87 ha | 1,44% | ||||
Lajes das Flores | 93,72 ha | 1,34% | ||||
Santa Cruz das Flores | 32,79 ha | 0,46% | ||||
Corvo | 29,70 ha | 1,74% |
Considerando que no seguimento do artigo 6.º do regulamento PRAC se determina a obrigatoriedade de integrar a cartografia de riscos naturais nos Planos Especiais de Ordenamento do Território (PEOT) e que os mesmos devem desenvolver cartografia de pormenor, à escala 1:2000 ou superior, sempre que visem determinar o afastamento de edificações, equipamentos ou infraestruturas de zonas de risco significativo, informa-se que em 2020 foi desenvolvida e disponibilizada no Portal do Ordenamento do Território dos Açores, a cartografia de pormenor de risco de galgamentos e/ou inundações costeiras nas áreas edificadas das sedes de concelho das ilhas de São Jorge e Terceira para integração na alteração dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) da ilha de São Jorge e da Ilha Terceira, tendo tal já se verificado na Alteração do POOC de São Jorge (publicado pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 2/2022/A, de 24 de janeiro).
A elaboração da cartografia de pormenor foi efetuada pela Simbiente Açores à escala 1:2000 e incluiu as seguintes áreas: Velas - troço na costa sul da freguesia das Velas, entre o Morro Grande e Cais das Velas; Calheta - troço na freguesia da Calheta, entre a Fajã Grande e Cais da Calheta; Angra de Heroísmo - troço entre as freguesias de São Bento e São Mateus; e Praia da Vitória - troço entre as freguesias de Praia da Vitória (Santa Cruz) e Cabo da Praia.
Para além disso, em 2022 encontrava-se em desenvolvimento a cartografia de pormenor de risco de galgamentos e/ou inundações costeiras nas áreas edificadas dos concelhos de Lagoa, Povoação e Ribeira Grande na ilha de São MigueL. A elaboração da cartografia de pormenor encontrava-se a ser elaborada pela ente Açores à escala 1:2000 e inclui as seguintes áreas: Concelho de Lagoa: Troço entre Nossa Senhora do Rosário e Santa Cruz e Caloura; Concelho de Povoação: Ribeira Quente; Povoação; Faial da Terra; e Fajã do Calhau;Concelho de Ribeira Grande: Maia e troço entre Calhetas e Matriz; e Concelho de Nordeste: Fajã do Araújo.
Na reavaliação das cartas de zonas inundáveis e de riscos de inundações que integrarão o próximo ciclo de planeamento (2022-2027) do Plano de Gestão de Riscos de Inundações da Região Autónoma dos Açores, foram avaliadas as inundações de origem costeira, tendo sido identificadas 4 zonas críticas de inundação: São Roque/Cais do Pico na ilha do Pico, São Roque/Rosto de Cão, Lagoa e Ribeira Quente na ilha de São Miguel.
Zona | Orla Costeira | Ilha (km2) | Área de Risco (km2) | Área Risco Elevado-Ilha (%) |
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São Miguel | Lagoa | 744,57 | 0,05 | 0,01 |
São Miguel | Ribeira Quente | 744,57 | 0,07 | 0,01 |
São Miguel | São Roque | 744,57 | 0,49 | 0,2 |
Pico | São Roque | 444,8 | 0,69 | 0,15 |
Da análise às áreas críticas de inundação costeira verifica-se que a orla costeira de São Roque/Rosto de Cão, em São Miguel, é a que apresenta maior representatividade no contexto de ilha (0,2%). Por outro lado, as orlas costeiras da Ribeira Quente e da Lagoa são as que têm menor representatividade (0,01%) e as que possuem menor área de risco de inundação costeira (0,07 km2 e 0,05 km2, respetivamente).
Nestas áreas de risco, a ocorrência de galgamentos e inundações costeiras pode afetar atividades de comércio e serviços, zonas de lazer, áreas residenciais habitadas e diversas zonas balneares, algumas com as respetivas infraestruturas de apoio.