A Rede de Centros Ambientais dos Açores, tal como a Rede Regional de Ecotecas dos Açores, foi criada pela então Direção Regional do Ambiente, integrando as estruturas que a constituem nos Parques Naturais de Ilha (PNI). A inclusão iniciou-se em 2010, após a reforma do modelo de classificação, gestão e administração das Áreas Protegidas dos Açores, iniciada em 2005 e que criou os Parques Naturais de Ilha (2008/2011).
Estes não seriam o que são atualmente se as suas características mais singulares não fossem dadas a conhecer pelos Centros Ambientais e se não se permitisse aos seus visitantes interpretá-las. Cada ilha apresenta especificidades ambientais únicas, o que as torna um “laboratório natural” a descobrir.
No seu conjunto, esta Rede abrange uma grande diversidade de tipologias (centros de interpretação, de apoio a visitantes, jardim botânico, entre outros), dedicando-se especificamente à interpretação ambiental e promovendo a interpretação e valorização das áreas classificadas e de outros valores naturais da Região.
Em termos temáticos, são abordados diversos temas ambientais, dos quais se pode destacar o mar (habitats marinhos e espécies marinhas protegidas), a paleontologia (fósseis), a geodiversidade (vulcões, grutas e outras paisagens vulcânicas), a interação homem-ambiente (paisagem da cultura da vinha, fajãs), ecossistemas terrestres e lagunares e espécies de fauna e flora açorianas.
Com presença em todas as ilhas, a Rede de Centros Ambientais é composta por diferentes tipologias, sendo os mais comuns os Centros de Interpretação de Áreas Protegidas, Centros de Interpretação Ambiental e Centros de Visitantes (de cavidades vulcânicas), mas também outras tipologias que combinam a interpretação ambiental com a monitorização científica, como o Jardim Botânico do Faial, o Centro de Monitorização e Investigação das Furnas (atual Centro de Interpretação Ambiental das Furnas) e o Centro de Visitantes da Furna do Enxofre, ou ainda, com a promoção dos Parques Naturais, como a Casa do Parque de São Jorge e atual Complexo Ambiental da Lagoa das Sete Cidades, entre outros.
A Rede de Centros Ambientais dos Açores e infraestruturas de apoio era, até finais de 2021, constituída por 20 espaços da responsabilidade da Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza – AZORINA, S.A e outros 3 espaços da responsabilidade de outras entidades, com presença em todas as ilhas, havendo alguns deles sido, nacional e internacionalmente, reconhecidos com prémios e galardões em publicações conceituadas.
A 31 de dezembro, com a internalização da AZORINA, S.A., a gestão dos Centros Ambientais ficou sob responsabilidade da Divisão de Gestão de Centros Ambientais (DGCA), do Gabinete de Planeamento e Promoção Ambiental (GPPA), da Secretaria Regional do ambiente e Alterações Climáticas (SRAAC).
Neste período foi renomeada a Loja do Parque da Lagoa das Sete Cidades para Complexo Ambiental da Lagoa das Sete Cidades e encerrada a Loja do Parque de Angra do Heroísmo.
Relativamente à Estação de Peixes Vivos - Aquário do Porto Pim, o edifício encontra-se encerrado desde outubro de 2019, consequência dos danos causados nas infraestruturas pela passagem do furacão Lorenzo. As obras de reparação encontram-se a decorrer, prevendo-se a sua reabertura no ano de 2024.
Zona | Centro Ambiental | |
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Fonte: GPPA (Gabinete de Planeamento e Promoção Ambiental) | ||
Santa Maria | Casa dos Fósseis//Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo | |
São Miguel | Centro de Monitorização e Investigação das Furnas | |
São Miguel | Centro de Interpretação Ambiental da Caldeira Velha | |
São Miguel | Complexo Ambiental da Lagoa das Sete Cidades | |
São Miguel | Centro de Interpretação da Cultura do Ananás | |
Terceira | Centro de Interpretação da Serra de Santa Bárbara | |
Graciosa | Centro de Visitantes da Furna do Enxofre | |
São Jorge | Centro de Interpretação da Fajã da Caldeira de Santo Cristo | |
São Jorge | Casa do Parque de São Jorge | |
Pico | Centro de Visitantes da Gruta das Torres | |
Pico | Casa da Montanha | |
Pico | Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico | |
Pico | Casa dos Vulcões | |
Faial | Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos | |
Faial | Casa dos Dabney | |
Faial | Estação de Peixes Vivos - Aquário do Porto Pim | |
Faial | Jardim Botânico do Faial | |
Flores | Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão | |
Corvo | Centro de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo |
Apesar do número de visitantes dos Centros Ambientais ter vindo a aumentar na região, no início deste triénio verificou-se um decréscimo do número de visitantes, como resultado das restrições impostas pela pandemia COVID-19 que levaram ao encerramento geral dos centros ambientais sob gestão da Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza – AZORINA, S.A. a 17 de março de 2020, tendo ocorrido a sua reabertura a 11 de maio de 2020 no grupo ocidental, a 18 de maio de 2020 no grupo central e a 25 de maio de 2020 no grupo oriental. Conforme foram sendo retiradas as restrições, o número de visitantes foi aumentando gradualmente, até à obtenção de números relativamente mais estáveis, conforme tabela e gráfico abaixo representado.
2020 | 2021 | 2022 | |
CIASC | 1 190 | 956 | 689 |
CIAB | 1 007 | 1 417 | 1 203 |
CIVC | 8 743 | 32 419 | 39 564 |
JBF | 3 383 | 5 697 | 7 604 |
CD | 592 | 1 580 | 1 985 |
CM | 12 981 | 26 941 | 34 268 |
CVGT | 4 797 | 9 926 | 14 793 |
CIPCVIP | 678 | 2 905 | 10 402 |
CV | 4 270 | 7 100 | 8 753 |
CPSJ | 285 | 743 | 538 |
CIFCSC | 290 | 665 | 885 |
CVFE | 4 268 | 8 050 | 8 328 |
CISSB | 523 | 1 008 | 1 910 |
CMIF | 1 628 | 3 102 | 6 943 |
CICA | 361 | 932 | 1 324 |
CIACV | 60 332 | 122 791 | 230 149 |
CALSC | 1 372 | 1 680 | 1 875 |
CF//CIADP | 928 | 2 014 | 2 355 |
TOTAL | 107 628 | 229 926 | 373 568 |
Legenda das siglas dos Centros: