Atualmente são conhecidas nos Açores 340 cavidades vulcânicas, resultado do esforço e do trabalho que tem vindo a ser dirigido pelo GESPEA (Grupo de Trabalho para o Estudo do Património Espeleológico dos Açores) na inventariação e caracterização destas estruturas. Estas cavidades vulcânicas incluem as grutas lávicas ou tubos lávicos, que podem ser terrestres ou submarinos, os algares vulcânicos, as fendas e as grutas de erosão marinha.
As cavidades vulcânicas dos Açores, em especial os tubos lávicos e os algares vulcânicos, para além de ostentarem um valioso património geológico, constituem também um habitat único de grande importância ecológica e biológica, onde se desenvolvem e concentram espécies endémicas troglóbias.
Devido ao elevado potencial turístico e de educação e sensibilização ambiental algumas cavidades vulcânicas reúnem condições de visitação, constituindo um importante recurso económico.
O reconhecimento do seu interesse científico e a necessidade da sua preservação levou à classificação como Monumentos Naturais de quatro cavidades vulcânicas, designadamente o Algar do Carvão, na Ilha Terceira, a Furna do Enxofre, na Ilha Graciosa, a Gruta das Torres, na Ilha do Pico e a Gruta do Carvão, na Ilha de São Miguel.
No âmbito do trabalho de inventariação e caracterização das cavidades vulcânicas efetuado pelo GESPEA, foi desenvolvida uma metodologia que permite a classificação e hierarquização das cavidades vulcânicas dos Açores, que é tanto mais importante quanto se sabe que algumas dessas cavidades vulcânicas estão sujeitas a ameaças e vulnerabilidades não negligenciáveis. Fruto do conhecimento que entretanto tem vindo a ser adquirido e ainda atendendo ao disposto no Decreto Legislativo Regional n.º 10/2019/A, de 22 de maio, que estabelece o regime de proteção e classificação das cavidades vulcânicas dos Açores, prevê-se a aplicação de novas metodologias na atribuição das classes às cavidades vulcânicas, incluindo as 272 que estão atualmente hierarquizadas.
Considerando o vasto e diversificado património geológico dos Açores foi constituído o Geoparque Açores que assenta numa rede de geossítios, dispersos pelas nove ilhas e zona marinha envolvente, os quais asseguram a representatividade da geodiversidade do arquipélago dos Açores e traduzem a sua história geológica e eruptiva.
O Geoparque Açores em 2017 completou o seu primeiro ciclo de 4 anos, pelo que foi alvo de um processo de revalidação, tendo o mesmo sido aprovado, continuando assim como Geoparque Mundial da UNESCO, por mais um período de 4 anos, até 2021.
Comparativamente aos períodos anteriores não houve alteração relativamente quer ao número total de geossítios quer ao número de geossítios prioritários, mantendo-se atualmente os 121 geossítios (117 terrestres e 4 marinhos) e os 57 (55 terrestres e 2 marinhos), respetivamente.