A determinação das disponibilidades das massas de água assentou na aplicação do modelo CIELO, acoplado com um módulo específico que permite determinar o escoamento superficial e a recarga aquífera (Azevedo, 1996), associados à delimitação dos sistemas aquíferos (Cruz, 2001; DROTRH-INAG, 2001; Cruz, 2004). As estimativas de disponibilidade de água foram efetuadas no decurso da alteração do Programa Regional da Água (PRA, 2023) e validadas nos três ciclos de planeamento do Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores (2009-2015, 2016-2021 e 2022-2027) e garantem a integração de todo o balanço hídrico, na medida que foi utilizada uma metodologia similar para a estimativa das variáveis climatológicas de base - precipitação, temperatura e evapotranspiração real - e do escoamento superficial.
As reservas hídricas subterrâneas no arquipélago dos Açores encontram-se estimadas em cerca de 1587,7 hm3/ano, variando entre um mínimo de 8,3 hm3/ano, na ilha do Corvo, e um máximo de 582 hm3/ano, estimados para a ilha do Pico.
Estudos recentes apontam para uma fração não explorável na ordem dos 43% do volume total que visa compensar os constrangimentos geológicos e hidrogeológicos e, paralelamente, ser suficiente para assegurar a parte do escoamento subterrâneo que alimenta os cursos de água, particularmente importante nos meses mais secos do ano hidrológico. Neste contexto, a fração dos recursos hídricos subterrâneos exploráveis é de 57% do volume total das disponibilidades hídricas subterrâneas. Ainda assim, as disponibilidades hídricas subterrâneas são superiores às disponibilidades hídricas superficiais.