De acordo com os resultados estimados, os Açores apresentam necessidades hídricas totais para as atividades associadas a usos consumptivos de água na ordem dos 28,1 hm3 por ano, sendo o setor urbano o mais representativo (55%), seguido pela agricultura e pecuária (30%), indústria transformadora (9%) e turismo (6%). As disponibilidades hídricas exploráveis totais (1768 hm3/ano) mostram-se suficientes para comportar as necessidades hídricas estimadas, visto que as disponibilidades hídricas subterrâneas exploráveis se estimam na ordem dos 914 hm3/ano e de água de disponibilidade hídrica superficial aproximadamente 854 hm3/ano.
Da análise da relação entre as necessidades e as disponibilidades de água constata-se que as ilhas de Graciosa, São Miguel e Terceira são as que apresentam maior pressão sobre os recursos hídricos disponíveis, na ordem dos 3,9%, 3,4% e 1,8%, respetivamente. Desde 2008, a ilha de São Miguel é a que apresenta um contínuo acréscimo das necessidades hídricas. Apesar dos volumes de água captados serem maioritariamente provenientes de origens subterrâneas, estima-se um balanço hídrico subterrâneo global bastante positivo, já que as necessidades são sempre inferiores às disponibilidades hídricas.
Não obstante, importa gerir de forma adequada o recurso água, não só em termos de quantidade mas também em termos de qualidade considerando que as pressões existentes sobre este recurso poderão comprometer ambos. A carência de água nas origens, face às necessidades, habitualmente é confundida com os problemas de falta de água que se verificam nos sistemas de abastecimento. A eventual escassez de água na origem pode ser fortemente potenciada por uma deficiente gestão/manutenção dos sistemas de abastecimento além de que a ausência de água nos sistemas de abastecimento por vezes não reflete a escassez de água nas origens. Por outro lado, a inacessibilidade e dificuldade de acesso a algumas origens de água conduz a carências de água em deteminadas ilhas, durante o período estival, como são o caso do Pico, Graciosa e Santa Maria.